Brasília, 21 de novembro de 2024.
Promovido em 2023, em parceria entre o Confea, o Cder-BR e o Crea-SP, o Encontro Nacional de Entidades de Classe do Sistema Confea/Crea e Mútua (Enec) ampliou seu alcance durante a sua segunda edição, realizada nesta quarta-feira (20/11), em Foz do Iguaçu. “Espero que todos possam contribuir para encontrar as melhores práticas, as melhores frentes de ação para as nossas entidades de classe. Vocês sabem que sou associativista, nasci, cresci e falo que vou morrer dentro de associação. Então, vocês podem contar com a gente”, disse o presidente Vinicius Marchese, em vídeo registrado na Ordem dos Engenheiros de Portugal (OEP) e publicado nas redes sociais.
A exemplo do presidente do Confea, o presidente do Crea-PR, eng. agr. Clodomir Ascari, já convidando o Cder-BR a voltar ao Paraná, considerou sua origem associativa e destacou a importância de cada associado. “Tenho muito orgulho de estar como presidente. Comecei como associado, fui presidente de associação, da Federação de Associações do Estado do Paraná e atualmente sou vice-presidente da Confaeab. E fui o primeiro coordenador regional do Cder da minha região. Eu entendo um pouco e me coloco no lugar de vocês. E o Crea somos todos nós. Eu não sou mais Crea do que vocês. Cada um faz sua parte”, afirmou.
Realizado paralelamente à reunião do Colégio de Entidades Nacionais (Cden), o Encontro abrange um leque de 600 associações, que atuam junto aos 18 entes federativos que participam do Colégio Nacional de Entidades de Classe Regionais (Cder-BR). “Claro que São Paulo sempre leva mais associações, mas o Enec teve mais participações dos estados e contou com mais representantes do que no ano passado”, disse, considerando a realização do primeiro Enec, em São Paulo, no ano passado, e que o investimento maior do Confea oportunizou este ano a participação de cerca de 70 representantes do Cder e ainda das entidades precursoras e do próprio Cden.
“Trocamos experiências, relatando casos de sucesso das associações dos estados. Estamos abordando ações mais concretas que beneficiam as associações e sócios, como a independência financeira, a geração de receitas independente de patrocínio do Crea, do Confea e da Mútua”, considerou o engenheiro Leandro Galindo, coordenador do Cder-BR e presidente da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Ituverava (AEAAI-SP), agradecendo ao apoio do Crea-PR para a realização do evento. O regional paranaense realizou na sequência o Encontro Paranaense de Entidades de Classe (Epec).
Ele destaca que sua atuação com o Crea São Paulo, junto ao Governo e à assembleia legislativa do Estado, tem permitido que hoje existam cerca de 30 processos em aprovação para a obtenção de certificação de entidades públicas sem fins lucrativos da Engenharia. “Todos os estados podem fazer, já estão protegidos por essa lei. Isso possibilita que as entidades tenham acesso a recursos estaduais e federais para o desenvolvimento de projetos culturais, educativos. Os recursos de patrocínio do Confea, Crea e da Mútua são bem explorados, mas esse outro caminho possibilita outras atividades. É um projeto novo, mas a gente espera trazer mais benefícios para os sócios e atrair novos associados. A associação pode prestar serviços, demandando o uso desse corpo técnico. A entidade tem até vantagem sobre as empresas, porque é sem fins lucrativos. Então, ela contrata os prestadores para fazer esse serviço, participando de licitações. Essa certificação pode também se traduzir em isenção de impostos, como IPTU e ISS”, disse.
Inovação no Sistema
Galindo enalteceu a palestra da coordenadora do Colégio em Santa Catarina, eng. civ. Rafaela Fabris, sobre gestão de entidades, inovação e ponderação entre profissionais novos e antigos. Em entrevista, a presidente da Associação Sul Catarinense de Engenheiros e Arquitetos (ASCEA) considerou que o 2º Enec foi realizado “com o apoio do Confea esse ano”, afirmando a importância das apresentações do gerente de Relacionamento com as Entidades, Renato Lisboa, e da representante Regional do Sul no Confea, eng. civ. seg. trab. Carol Burtet sobre os programas de patrocínio e fomento, incentivando a participação das entidades nessas iniciativas e “mostrando para a sociedade eventos de qualidade feitos pelo Sistema”.
A importância de a gestão do Confea ter esse olhar para as entidades de classe, “pensando em capacitar os associados e trazer inovações, ou seja, alinhando com o que o presidente Vinicius quer para o Sistema, pensado para o profissional”, foi valorizada por Carol Burtet. Para ela, o Encontro contando com representantes de todo o país, possibilitará que os presidentes de entidades “incentivem o repasse dessas informações para a base, a ponta”. Segundo a representante regional do Sul, “esse é o caminho mais fácil para chegarmos aos profissionais”.
Ela enfatiza que ações relacionadas à inovação, como o hackathon para o registro único, foram algumas da ações “disruptivas” que o conselho vem incorporando na gestão a partir deste primeiro ano do mandato de Vinicius Marchese. “Estamos tendo uma presença em grandes eventos em que não estávamos antes. Tivemos as forças tarefas de fiscalização, com a valorização profissional, e ainda os editais de patrocínio e o termo de fomento, que são formas de o Confea divulgar sua marca institucionalmente”, comentou.
Casos de sucesso
Rafaela destacou os “cases” de sucesso das entidades de classe como um momento de trocas. “As dificuldades a gente sabe, o problema está em fazer acontecer as coisas. A gente conseguiu ver que, querendo, as entidades pequenas e as grandes conseguem entregar bons resultados aos associados”, comemorou, afirmando que sua entidade já contempla o reconhecimento municipal suscitado pelo coordenador Galindo.
Para a coordenadora catarinense, a maior conquista do Enec “é a questão de o Confea e as entidades estarem mais perto, na inovação e na capacitação com a temática voltada para o profissional, o que o presidente Vinicius vem fomentando”. Ela descreveu detalhes sobre a iniciativa Inova Ascea, um evento realizado em outubro último, reunindo todas as modalidades e profissionais de todas as idades, do sênior ao estudante, com a presença do presidente Vinicius. “Fizemos o primeiro hackathon do Estado voltado para a engenharia. Saíram três grandes ideias de novos negócios voltados para a Engenharia, um deles gerando uma startup”.
Reconhecimento do Cder
A integração do Cder-BR como fórum consultivo do Confea também foi abordada pelo coordenador nacional. “Vamos apresentar o documento para o reconhecimento do Cder nacional como um colégio consultivo do Sistema, uma intenção nossa desde a fundação do Cder Nacional”, considera Galindo, informando que o colegiado tem participado reciprocamente das reuniões mantidas pelo Colégio de Entidades Nacionais (Cden). “As duas gestões estão mais próximas”.
A criação do Cder Nacional como colégio consultivo ao Confea visa, segundo ele, enfrentar as dificuldades organizacionais e financeiras das entidades regionais, além de mitigar o distanciamento entre essas entidades e o Sistema. A proposta também busca agilizar o processo de tomada de decisões, tornando as entidades regionais partes mais ativas e representativas do Sistema. “A proposta estará tramitando ainda este mês no Confea, e estamos otimistas de que seremos bem recepcionados, contando com todo o apoio do presidente Vinicius”, comentou.
Rafeala Fabris também se manifestou em favor da medida. Segundo ela, “com o apoio do presidente Vinicius, o Cder-BR está conseguindo fazer o novo regulamento para tornar o Cder um fórum consultivo do Confea, hoje tem status de uma comissão. Estamos trabalhando nessa proposição. Ele entende a importância disso, e a gente tem evoluído. Nas últimas gestões, a gente não teve o apoio efetivo da presidência do Confea”.
Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea